sexta-feira, 31 de julho de 2009


Letras criam palavras,

Palavras tecem pensamentos,

Pensamentos constroem o mundo.

Oh!!! Profundidade das coisas pensadas...

É melhor voltarmos à superfície, aliás, a chuva que caiu durante a abertura da exposição 2 em 1, poderia formar um lago e nele nadarmos na superfície pensada. Melhor ainda que nadarmos seria navegarmos por essa superfície, por entre os ferros do andaime da obra visual ali instalada por Daniel e Cabot : - as cavalariças estão em obra?- perguntaram . – não, esta é a obra por nós determinada, e aqui colocada, e que permanecerá por tempos imemoriáveis, indefinidos, por gerações e gerações.

Uma explosão parecia vir de um dos lados, fomos remando até lá, e nada. Só vento, escuridão e medo. Quatro olhos claros como de dois gatos surgiram desse nada; eram Marta e Barrão sorrindo enquanto os outros – aqueles que observavam - eram só perplexidade. – é o nosso “ trem fantasma” percorrendo um único ponto nessa nossa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro – pensavam os dois.

Continuamos e atracamos nosso barco na margem central das Cavalariças, saltamos e encontramos a desconcertante projeção da fachada interior/exterior, inclinada no chão. Algo assim como se transportássemos algum pedaço do céu para ali. Três monitores mostravam imagens de um exterior quase impensado : - é a nossa realidade sobre todas as cabeças – disseram Simone e Ricardo. Mas como assim, sobre as cabeças se você tem que olhar para baixo - alguém retrucou. – você olha pra onde quiser e sempre encontrará essa imagem aqui contida, aqui retratada – foi a resposta recebida.

Sob uma penumbra podíamos ver – agora em terra firme – algo tão sensível que só duas almas femininas juntas poderiam criar. Eram lápis cortados? Era o grafite grená desses lápis? – não, tudo isso é só luz sob outra forma de energia – falaram Suely e Carol.

Caminhamos e fomos para a floresta encantada no lago dos fundos; lá tinha uma festa, e tudo era a alegria construída por Rebecca: - mas por que anões? - lhe perguntaram. – porque, o tamanho, a cor ou o pensamento, é a alma. Assim consegui criar a representação da alma.

Voltamos pra terra firme e encontramos um monitor, onde nos víamos retratando nossos movimentos dentro dele. Era ali a “existência presente”, as “infinitas imagens no tempo”, como num texto corrido sem espaços ou pontuação. DanielaLabraFelipeScovinoDanielaLabraFelipeScovinoDanielaLabraFelipeScovino.

Do outro lado na parede um painel fotográfico com uma intensa luz sobre ele. Vários dizeres estavam lá - todos pensados por Luiz e Domingos – mas um deles conclui esse texto aqui: Qual a finalidade da arte? - Fazer o gol e partir pro abraço.

Ééé... acho que todos nós partimos pro abraço!

LUIZ ALPHONSUS


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